Foi um compositor e violonista brasileiro que desenvolveu um importante trabalho tanto como compositor quanto como instrumentista. Chico Mário era irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho.
Os irmãos Betinho, Henfil e Chico Mário herdaram da mãe a hemofilia. A doença foi um fator importante para a sua dedicação ao violão (guitarra acústica), durante as longas horas que passou na cama.
Filho de Henrique José de Souza e Maria da Conceição, a Dona Maria, que ficou conhecida através das Cartas do Henfil no Jornal O Pasquime na Revista Isto É, tinha sete irmãos: Betinho, Henfil, Glorinha, Filó, Wanda, Tanda e Ziláh.
Dedicou-se à música depois de ter estudado economia, engenharia e de ter atuado como jornalista no jornal O Estado de S. Paulo e como crítico musical na revista Realidade.
Estudou violão com o professor Henrique Pinto e criou o método de música em cores para crianças, aplicando técnicas dramáticas e músicas folclóricas brasileiras, sendo utilizado em várias escolas de São Paulo (para onde mudou-se em 1966) e em cursos para professores.
Em 1978 radicou-se no Rio de Janeiro, onde teve aulas de arranjo e teoria musical com Roberto Gnattali. Lançou o primeiro LP, "Terra", independente, em 1979, com participações de Joyce, Quarteto em Cy, Antonio Adolfo, Airton Barbosa, Chiquinho do Acordeon e outros.
Ativista desde os anos 60, quando participou de manifestações estudantis, engajou-se na luta pela produção fonográfica independente, ao lado de nomes como Antonio Adolfo, Danilo Caymmi e a dupla Luli e Lucinda.
Foi um dos artistas que mais lutaram contra o poder e o monopólio das grandes gravadoras, sendo um dos fundadores da Associação do Produtores Independentes de Discos e Fitas e autor do livro "Como Fazer um Disco Independente".
Lançou em 1980 "Revolta dos Palhaços", LP que se baseava no esquema alternativo de pré-vendas (era vendido antes mesmo de estar pronto, e o dinheiro era usado na produção).
No ano seguinte, depois de uma bem-suvedida viagem ao México, onde apresentou-se no 5º Festival de Oposición, gravou ao lado de Francisco Julião o disco "Versos e Viola", vetado pela censura na época.
Em 83 foi a vez do instrumental "Conversa de Cordas, Palhetas e Metais", disco instrumental que ganhou o Prêmio Chiquinha Gonzaga. Simultaneamente, publicou um livro de poemas, "Painel Brasileiro".
Participou de festivais nos anos 80 e lançou "Pijama de Seda" (85), também instrumental, e "Retratos" (86), um passeio por diferentes ritmos brasileiros.
Foi criado até um festival com nome de Chico Mario |
Com o agravamento da doença, diversos artistas realizaram no fim de 87 um grande show no Rio de Janeiro em homenagem ao compositor.
A iniciativa repetiu-se em janeiro de 88 em Belo Horizonte, com participação de artistas mineiros.
O disco "Dança do Mar" foi lançado postumamente, em show com participação de Raphael Rabello, Mauro Senise, Galo Preto e outros.
Parte de sua obra foi relançada em CD nos anos 90 nos Estados Unidos e no Brasil.
►Couros, Palhetas e Metais · 1983
►Cromachoro 1986
►Cantiguinha 1987
►Choro em Bach
►Conversa de Cordas, Couros, Palhetas e Metais · 1983
►Triste São Paulo
►Saudade do Meu Pai
►Chora Palhaço 1980
► Balada Negra 1987
►Pijama de seda Pijama de seda · 1985
►Revolta Dos Palhaços 1980
►O Andaime 1980
►O Mágico 1980
►Se Cobrir é Circo se Cercar é Hospício
1980
►A Morte é a Curva da Estrada 1987
►Clareira Aberta 1980
►Passarinho preto Terra · 1979