By: Hemofilia News - Max DeBemComAHemofilia
on 22:46
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Mas existe tratamento que resolve quase a totalidade dos casos, e nos demais pode se usar tratamentos alternativos para a hemofilia.
Hemofilia com inibidores
A maior parte das pessoas com Hemofilia A ou B são tratadas com a reposição do fator de coagulação que não produzem em quantidade suficiente devido a hemofilia, fator VIII para hemofilia A ou IX, para a hemofilia B. O maior receio no tratamento da hemofilia atualmente, o desenvolvimento de “inibidores”.
Os inibidores são anticorpos anti-fator VIII ou anti-fator IX que neutralizam o efeito dos concentrados que são administrados, tornando-os ineficazes. Desenvolvem-se após tratamentos
de substituição com o fator de coagulação em falta.
Os inibidores se desenvolvem mais freqüentemente em pacientes com
hemofilia grave e após as primeiras infusões do fator deficiente.
O risco de se adquirir inibidor é, até certo ponto, determinado por fatores genéticos. Entre esses, um dos fatores relacionados ao risco de desenvolvimento de inibidores é o tipo da mutação associada à doença.
Na hemofilia A, o risco é maior no caso das inversões (em particular a do intron 22), mutações sem sentido (nonsense) e grandes defeitos moleculares no gene do fator VIII. Essas mutações encontram-se particularmente associadas à hemofilia A grave. A identificação do defeito genético (genotipagem) em hemofilia A pode predizer o risco do desenvolvimento de um inibidor
em cerca de 20% dos casos.
Alguns tipos de mutação encontrados na hemofilia A leve estão particularmente associados ao desenvolvimento de inibidor, em particular as mutações com sentido trocado nos domínios A1–A2 (entre os resíduos 482–501) e na junção C1–C2 do fator VIII.
Essas mutações estão associadas a risco aumentado de inibidor em até 50%, possivelmente ocasionado por mudança conformacional da proteína.As mutações que se encontram
mais comumente associadas ao desenvolvimento de inibidor em hemofilia leve/moderada são Arg593Cys, Arg2150His e Trp2229Cys.
Neste caso, o inibidor pode aparecer somente na idade adulta, devido à baixa exposição destes pacientes ao fator VIII durante a vida.
Na hemofilia B, embora o desenvolvimento de inibidores ocorra raramente, o risco também se associa à presença de alguns tipos de mutação, particularmente grandes deleções do gene do fator IX.
Estas deleções estão relacionadas à ocorrência de reações anafiláticas após a infusão de produtos contendo fator IX. Na hemofilia B recomenda-se a realização da
genotipagem logo após o diagnóstico, sempre que possível, uma vez que
pacientes com maior risco de desenvolver reações alérgicas graves podem
ser identificados precocemente.
Outros determinantes genéticos, tais como história familiar de inibidores e raça, são fatores relacionados ao risco de desenvolvimento de inibidor.
O
risco entre irmãos pode chegar a 50% após o aparecimento de inibidor em um membro da família.
Tem sido relatada maior prevalência de inibidores em indivíduos da raça negra. Mutações em outros genes, tal como no gene da IL–10 e polimorfismos de HLA, parecem se associar ao desenvolvimento de inibidores em hemofilia A.
Uma dúvida que sempre surge na nossa comunidade é se existe o risco de desenvolvimento de Inibidor se o fator for aplicado próximo ao dia da vacinação. Em um artigo publicado na revista científica Haemophilia, os autores avaliaram a diferença de tempo entre a vacinação e a aplicação do fator sendo de 24, 72 ou 120 horas. A conclusão do artigo é que NÃO foi encontrada associação entre a vacinação e a aplicação do Fator VIII.
A avaliação desse artigo pegou dados o de o fator e a vacinação eram feitos com intervalo de 24, 72 e 120 horas. Nesses tempos não foi encontrado risco maior de desenvolvimento de Inibidor
A incidência de inibidores é
15% a 30% na Hemofilia A e 3% a 5% na Hemofilia B. A maior parte destes
anticorpos desenvolve-se durante a infância, nos primeiros tempos de tratamento
com o concentrado de fator.
Existem fatores de risco para o desenvolvimento
de inibidores, como por exemplo o tipo de alteração do gene. Clinicamente, o
desenvolvimento de inibidores é detectado quando as pessoas deixam de responder
ao tratamento de substituição habitual ou em análises de rotina.
A pesquisa e a quantificação
do inibidor são efetuadas através de uma análise ao sangue. A quantidade de
inibidor é medida em Unidades Bethesda (UB).
A Mais De Um Tipo De Inibidor Na Hemofilia
Os inibidores são classificados
pela forma com a qual respondem ao tratamento dos fatores VIII ou IX. Eles são
considerados como de "alta resposta" ou de "baixa
resposta".
1) Alta resposta - Forte Níveis do inibidor aumentam rapidamente
2) Baixa resposta; Mais lenta e mais fraca Níveis do inibidor pouco aumentam ou permanecem estáveis
O nível do inibidor pode
modificar-se ao decorrer do tempo, mudando de baixo para alto ou de alto para
baixo, conforme a resposta.Pacientes cuja resposta é
baixa podem ser tratados usualmente com uma dose mais alta de fatores VIII e
IX; pacientes de alta resposta necessitam de outras alternativas.
Terapia de Indução de Imunotolerância
A Terapia de Indução de Imunotolerância elimina esses inibidores. Ela é indicada para pacientes com mais de dez anos de idade e que tenham tido resistência ao medicamento por mais de seis meses. Guilherme Genovéz, que era Coordenador Geral do Salgue e Hemoderivados em 2011 disse na época que, “Os medicamentos usados no momento certo contribuem para o desaparecimento de inibidores, fazendo com que a doença se normalize e, com isso, o paciente tenha a oportunidade de receber a dose domiciliar, ganhando mais independência para aumentar sua qualidade de vida”, acrescenta Genovez.
O tratamento de imunotolerância faz com que o organismo pare de produzir anticorpos contra o fator VIII administrado. É realizado em pacientes com hemofilia A e consiste em fazer a infusão de fator VIII em doses mais elevadas que as da profilaxia, pelo menos três vezes por semana. De acordo com a resposta ao tratamento, pode ser necessário aumentar a dose e o número de infusões semanais.
Segundo informa o Ministério da Saúde, através da Coordenação do Sangue.
Não há limite de idade para a realização do tratamento de imunotolerância.
Porém, o prognóstico do tratamento é melhor quanto antes iniciado o tratamento, ou seja, assim que descoberto o desenvolvimento do inibidor.
Em média, a duração do tratamento é de 36 a 48 meses. Durante este período, os agentes de bypass como o complexo protrobínico ativado ou fator VII ativado são usados concomitantemente com o fator VIII para estancar os sangramentos.
A imunotolerância pode aumentar hemorragias?
Sim, aumenta os sangramentos normalmente no começo, pois a imunotolerância é a infusão dos fatores que desencadearam o inibidor.
Por isso, o ideal é que junto com a imunotolerância (que são as doses mais elevandas de fator VIII e também aumento da freqüência de dias de infusão) que seja feito infusão também de bypass (FEIBA ou Fator VII recombinante /Novo Seven), Justamente para não sangrar, ou seja, esses sangramentos são controlados...
O que é importante que infundidos também FEIBA ou Novo Seven, pelo menos no começo até que baixe o inibidor suficiente para não sangrar.
Alternativas
Nos casos em que a imunotolerância não resolve, existem tratamentos alternativos da hemofilia, como o Fator VIIa Recombinante (rVIIa), o Complexo Protrombínico Parcialmente Ativado (CCPa), além do Complexo Protrombínico (CCP) - cabe ao médico definir qual a melhor alternativa, qual o melhor produto para cada caso.
Hemofilia adquirida
hemofilia adquirida é o
desenvolvimento espontâneo de inibidores sobretudo ao FVIII que a própria
pessoa produz.A incidência de hemofilia adquirida é cerca de uma em um milhão.
A causa do desenvolvimento do inibidor geralmente é idiopática (desconhecida),
mas pode ocorrer em decorrência de gravidez, doenças auto-imunes e uso de
certos medicamentos. Pacientes com hemofilia
adquirida geralmente vão ao hospital em virtude de um episódio hemorrágico
espontâneo grave.
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Esses episódios hemorrágicos são muito difíceis de controlar
e geralmente não respondem ao tratamento com FVIII.
A Implantação da Imunotolerância No Brasil
O anuncio oficial do tratamento com imunotolerância foi feito em janeiro de 2012, no Dia Nacional do Hemofílico, em evento promovido pela Coordenação do Sangue e Ministério da Saúde, que tivemos o privilégio de assistir. Durante o evento foi comemorado o dia nacional do hemofílico, 4 de janeiro, e várias palestras marcaram a data, inclusive uma que apresentamos, De bem com a vida e com a hemofilia - turbulências não nós impedem de voar. Na ocasião foi lançada oficialmente a profilaxia primária, com o novo protocolo de tratamento da hemofilia.
Importante
Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
Publicado originalmente por: Dra. Shirley de Campos
Dra. Shirley de Campos possuem apenas caráter educativo.
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Sou hemofílico com muito orgulho sim senhor.... meu nome é Maximiliano Anarelli de Souza e a hemofilia não me impede de viver de bem com a vida. .
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