Participaram 55 profissionais de saúde, médicos e enfermeiros que integram equipes da Estratégia Saúde da Família ou trabalham em Unidades de Pronto Atendimento e hospitais de urgência.
REHEDUCA aposta na informação para ampliar atendimento a hemofílicos
A Associação Paraense de Portadores de Hemofilia e Outras Coagulopatias Hereditárias (ASPAHC) realizou nos dias 22 e 23 de Setembro, em parceria com a Fundação HEMOPA e a Secretaria Municipal de Ponta de Pedras, atendimento ambulatorial às pessoas com hemofilia e um ciclo de palestras educativas para pacientes, familiares, profissionais de saúde da rede pública e agentes comunitários de saúde. Os temas abordados foram Hemofilia, Artropatia Hemofílica, Complicações Hemorrágicas, Programa de Dose Domiciliar, assim como Direitos e Deveres da Pessoa com Hemofilia. As atividades aconteceram no Hotel Reponta, localizado na Tv. Princesa Isabel, 410, no município de Ponta de Pedras, Região do Marajó do Estado.
“O objetivo foi alcançado com excelência, superando todas as expectativas. Levar o atendimento e conhecimento dos programas para os pacientes que residem distante da capital contribuiu significativamente para o sucesso, descentralização e sustentabilidade de políticas públicas de saúde, além de oferecer Vida Plena às pessoas com hemofilia no seu contexto familiar, respeitando a acessibilidade e contribuindo para o atendimento integral voltado a esse público”, destacou a Gestora do Projeto REHEDUCA e presidente da ASPAHC, Christianne Costa.
Para a capacitação foram convidados representantes de 46 municípios paraenses, entre eles médicos, fisioterapeutas e dentistas. “Ainda há muito desconhecimento acerca da hemofilia, mesmo entre os profissionais da saúde.
É muito importante promover a divulgação e o esclarecimento da doença para desmistificá-la e facilitar o seu tratamento.
Essas pessoas serão multiplicadoras do conhecimento nas suas cidades”, comenta a médica hematologista Ieda Pinto. Ela explica, ainda, que esse desconhecimento é encontrado no momento do diagnóstico e também quando o portador da hemofilia tem sangramento e precisa de um atendimento de urgência.
“Os profissionais, em seus cursos de formação, têm muito pouco contato com o tema hemofilia. Isso é uma realidade de todo o Brasil.
Precisamos mudar esse cenário e eventos como esse são muito importantes neste sentido”, esclarece Ieda. Para Chistianne, outro público igualmente importante nessa capacitação são os familiares dos portadores de hemofilia. “Quando um hemofílico tem um sangramento, normalmente é o familiar que faz o primeiro atendimento. Então ele precisa saber o que fazer, como agir numa situação dessa”, relata.
O Projeto REHEDUCA (Rede de Cuidados em Hemofilia e Educação dos Tratadores) tem como principal objetivo a troca de experiências para difundir informações sobre a hemofilia. Ainda neste ano, o projeto irá até Marabá e, no início de 2018, até Santarém, para dar continuidade ao trabalho de capacitação dos profissionais da saúde e de ampliação da rede de atendimento aos hemofílicos. Legislação - No evento, Chistianne Costa falou sobre a mudança no atendimento aos hemofílicos ao longo dos anos. “Antes, o paciente era tratado quando estava num processo hemorrágico, mas com a mobilização social das nossas entidades, isso mudou. Além das sequelas físicas nos pacientes, verificou-se que esse tipo de atendimento chegava a ser 80% mais caro que o preventivo. Agora as coisas mudaram, o que se prioriza é o tratamento preventivo do hemofílico”. Foi com a ideia de criar uma legislação específica para o atendimento do hemofílico que Edson Cardoso, chefe de gabinete do deputado estadual Renato Ogawa, participou do evento. “Queremos criar um protocolo de atendimento que seja seguido em todos os municípios do Pará. Vamos montar um grupo de trabalho com a ASPAHC e o Hemopa para formatar esse projeto”, adiantou.
A presidente da ASPAHC, Christianne Costa, ressalta que a ideia da capacitação é “fazer um trabalho de ampliação da rede de atendimento.
Os hemofílicos têm acompanhamento no Hemopa, mas os sangramentos podem acontecer em qualquer lugar e elas precisam ter atendimento adequado no município em que estiverem.
Por isso a necessidade de ampliar essa rede de informação.”
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