A proteção da criança é vital, os filhos quando são pequenos precisam dos pais para quase tudo. O medo dos pais, de que o filho se machuque é natural, e ainda mais em uma criança que tem hemofilia.
A superproteção torna-se uma realidade quando não são oferecidas às crianças e aos adolescentes chances reais de aventurar-se no mundo por contra própria.
Alguns comportamentos devem ser avaliados com cuidadosa reflexão. Medo dominador de que os filhos se machuquem brincando. Seus filhos vão querer e precisarão brincar. Algumas vezes vão se machucar, arranhar o joelho, machucar o pé, mas é totalmente normal, bom... quando se tem hemofilia isso nem sempre é tão simples, importante então é ter acesso ao tratamento. Em criança a profilaxia é fundamental, indispensável.
Se por um lado, em quem tem hemofilia um acidente, ou queda possa provocar uma hemorragia ou sangramento que demora mais para parar, por outro, mesmo com hemofilia, criança é criança e tem resistência e energia para lidar com pequenos machucados. E como dito, hoje podemos contar com tratamento, machucou? faça fator. Cortes ou arranhões mesmo em quem tem hemofilia, não passam de pequenos sustos, um pequeno curativo resolve, e não passam de sustos mesmo; hemorragias exigem um cuidado maior, - aplicando se fator quase sempre fica tudo bem. Além disso, hoje em dia, no Brasil e em vários países pode se contar com a profilaxia, aplicações de medicação que previne a maioria das hemorragias mesmo quando ocorrem traumas.
De acordo com a psicanalista, a superproteção costuma surgir de pessoas amorosas, bem intencionadas, mas que não conseguem tolerar a própria ansiedade para educar o filho. Elas são, na maior parte, inseguras e tendem a se antecipar e não deixar que a criança viva experiências novas. Outra característica comum é desconsiderar a idade e o crescimento do filho – o casal o educa como se fosse sempre pequeno e indefeso.
É trabalhoso encontrar o ponto certo entre negligência e superproteção.
Que tal, em vez de ser um pai ou mãe helicóptero, você se tornar um “submarino”? Essa metáfora, citada no livro Fun-Filled Parenting: A Guide to Laughing More and Yelling Less, de Silvana Clark, alude ao perfil de adulto que está por perto, cuidando do filho, mas não tão visível. Só sobe para a terra quando realmente for necessário, mas não abandona.
Solte-o aos poucos, de acordo com o amadurecimento que ele manifestar. Sim, é possível cuidar bem sem superproteger.
Seu filho tem hemofilia, ensine desde cedo o que isso significa. Que todos temos limites, sendo hemofílicos ou não, que ele próprio deve conhecer seus limites e analisar os riscos de cada atividade que for fazer. Que caso sinta uma hemorragia, deve avisar, que isso é natural. Que isso acontece, e que se acontecer, ele não deve esconder, mas falar para que se trate e ele não tenha dores e maiores problemas.
Pequenos cortes ou arranhões não são um grande risco, as vezes um curativo resolve. Caso surja uma hemorragia, aplique fator o mais rápido possível e faça repouso. Mas hoje com a profilaxia, pode se ter a prevenção das hemorragias.
Converse com outros pais de crianças com hemofilia e compartilhem experiencias.
Gosto muito da metáfora dos pais submarinos. Acompanhe seus filhos a distancia, sem que te vejam. So intervenha em último caso. Isso nos menores. Por que a medida que ele for crescendo, mais liberdade terá de ser concedida. Ir a escola, ir na casa do coleguinha, viajar com a escola, os pais tem de aprender a lidar com isso.
Se seu filho for bem educado e informado para a hemofilia, se teve liberdade, vai saber lidar com isso - instrua-o que, se tiver uma hemorragia, se machucar, deve avisar. Informe à direção da escola da situação e o que fazer em emergências. Se ele for viajar sozinho com a escola, informe se sobre a existência de centros de hemofilia próximos do destino e informe a um dos responsáveis que viajará com ele, oriente como agir.
Meu pai sempre me deu muita liberdade, mas minha mãe tinha muitos medos. As primeiras viajens com excursões da escola, foi difícil convence-la. Mas ela acabou cedendo. Não havia tratamento fácil pra hemofilia como hoje. Mesmo assim, não tive problemas. Acampava sempre com meus pais, e não havia dose domiciliar, assim como a primeira vez que acampei sozinho na adolescência. Hoje acampo e levo meu fator. Há, tenho 38 anos agora.
O tratamento da hemofilia é feito com os fatores de coagulação, sendo que, pode se aplicar doses preventivas para evitar hemorragias, 2 a 3 vezes por semana. Dose domiciliar é a possibilidade de fazer esse tratamento em casa, tendo a disposição no domicilio o medicamento para hemofilia.
Palavras de Uma Mãe: Só digo uma coisa as mães que estão descobrindo essa doença ou aquelas que ainda não aceitam ser as escolhidas para ser as *super mães*, aceitem, apliquem fator, sejam mães guerreiras tornando ainda mais guerreiros seus filhos que precisam diariamente cuidado, amor e muita dedicação.!!!