A unidade é voltada para pessoas com doenças hematológicas, como hemofilia e anemias.
O fechamento, que a Unicamp diz ser temporário, ocorreu no dia 31 de outubro, após a aposentadoria da profissional responsável por este serviço.
Um processo de contratação de um especialista na área está em andamento, mas o prazo de reabertura do serviço não foi informado. A preocupação dos pacientes é que muitos dentistas não se sentem seguros para assumir os casos, que requerem cuidado especializado.
Consultor de administração industrial e professor de idiomas, Duílio La Fortezza, de 73 anos, é um dos pacientes que ficou sem o serviço, considerado por ele como de excelência.
O professor conta que ficou surpreso quando, quatro meses depois da última consulta, retornou na semana passada e foi informado sobre o fechamento. “Bati com a cara na porta. Perguntei para o pessoal e me disseram que tinha fechado. Fiquei chateado.
Agora, todos os pacientes, eu inclusive, devem recorrer aos seus dentistas particulares, que deverão efetuar os procedimentos dentários sob orientação dos especialistas em hematologia da Unicamp”, comenta Fortezza, que trata a hemofilia, um distúrbio na coagulação do sangue.
A preocupação não é apenas a mudança do profissional de saúde, mas é que o atendimento requer um especialista.
Ele ressalta ainda que a medida transfere para esses dentistas o ônus do risco operacional em caso de eventuais falhas. “Me deram um manual de como tudo isso será feito. Entreguei para meu dentista, que ficou assustado, porque é uma grande responsabilidade passar para área particular a responsabilidade da própria Unicamp. Vai que acontece algo. O que eu faço?”, questionou. Ele acrescenta que além dos riscos, tem os custos que os pacientes vão ter.
“A pergunta que paira no ar: é permitido ao Estado retirar da população de jovens, adultos e idosos hemofílicos, um serviço fundamental, de vida ou morte, sem prover antecipadamente um substituto?”, questiona.