Continuamos em nosso espaço de saúde a nossa conversa sobre as doenças que acometem o sangue com a hematologista Dra. Mariza Mota hematologista, docente na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).
Uma dessas doenças é a hemofilia, um distúrbio na coagulação do sangue.
Quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as proteínas, elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo, entram em ação para estancar o sangramento.
Esse processo é chamado de coagulação.
As pessoas portadoras de hemofilia não possuem essas proteínas e por isso sangram mais do que o normal.
A hemofilia é uma doença genética, transmitida dos pais para os filhos no momento em que a criança é gerada.
Os tipos de hemofilia são A, B e C. Atinge predominantemente o sexo masculino e não tem cura. No Brasil, predomina a de tipo A.
O país é o terceiro do mundo em número de portadores.
A hemofilia tipo A é a mais comum, causada pela deficiência no fator VIII de coagulação. A hemofilia tipo B é causada por uma deficiência no fator IX. O Brasil está entre os países que ampliou significativamente o atendimento aos hemofílicos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o Ministério da Saúde, isso significa que portadores de hemofilia têm acesso na rede púbica de saúde a medicamentos para doenças do sangue.
Cerca de 12 mil hemofílicos são atendidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é um dos poucos países com uma política específica para esse público.
Quando a mulher é a portadora da doença, transmite para os filhos homens, que normalmente desenvolvem a doença. Já os homens só transmitem a doença para as filhas mulheres, que normalmente são portadoras da hemofilia sem manifestar a doença. Porém, poderão transmitir a doença a um filho do sexo masculino, no qual a doença se manifestará.
Os sintomas da Hemofilia A e B são idênticos, sendo caracterizados por sangramentos repetidos e prolongados, principalmente nas articulações e músculos.
O sintoma mais sério da hemorragia é a interna, já que por não ser visível fica mais difícil de ser identificada.
A hemofilia pode ocorrer em qualquer parte do corpo danificando nervos, ossos, tecidos e articulações. Normalmente as hemorragias repetidas ocorrem em articulações como cotovelos e joelhos.
Em casos de sangramento no antebraço ou virilha, a hemofilia pode resultar em pressão nos nervos, dormência e dor.
A princípio, o tratamento era baseado em constantes transfusões de sangue. Atualmente, o paciente recebe apenas o fator anti-hemofílico, seja o fator VIII ou o fator IX.
O objetivo do tratamento é alcançar níveis suficientes do fator deficitário para evitar as hemorragias.
Radio Vaticano
(MJ/OMS/fiocruz/infoescola)