Em recentes discursos e falas como pré-candidato, o governador paulista criticou o que considera o inchaço da máquina e o baixo retorno para a população de empresas federais criadas no período de 2003 a 2016.
Alckmin fala em privatizar estatais 'petistas' O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Esse contingente representa cerca de um terço das estatais federais – 56 das 149 empresas existentes. Dentre elas a Hemobrás.
Alckmin, porém, não se compromete, pelo menos por enquanto, com a venda das principais empresas estatais, como o Banco do Brasil ou a Programa do PSDB defende 'choque de capitalismo' e privatizações.
O tucano já indicou que ao menos três das “estatais petistas” devem fechar as portas, caso ele assuma o Planalto: a Empresa Brasil de Comunicação (EBC); a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás); e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
'Documento do PSDB é fraco e cheio de platitudes', diz economista tucana. No caso da EBC, que controla a TV Brasil, o tucano afirma que não tem audiência nenhuma e, por isso, “tem de fechar”.
A EPL foi criada em 2012 para implementar o primeiro trem de alta velocidade do Brasil.
A Hemobrás foi fundada em março de 2005 para produzir medicamentos para hemofílicos a preços mais baixos. “Um terço das estatais federais foi criada pelos governos do PT. A maioria delas deve ser privatizada. Não tem nenhuma razão para o Estado continuar tocando”, afirmou Alckmin.
A ideia de Alkimin traz uma lista de empresas. A lista de empresas na mira do tucano inclui também braços da Petrobrás – como a Petrobrás México, criada em 2005; a sucursal colombiana da Braspetro, existente desde 2003; e a Pré-Sal Petróleo S.A., de 2013; empresas transmissoras de energia, como a Uirapuru, de 2004; e a Fronteira Oeste, de 2013; e ainda empresas independentes de seguros ligadas a bancos, como Caixa Seguridade e Participações; entre outras.
O levantamento já faz parte dos estudos do governador paulista de elaboração de uma plataforma eleitoral para o ano que vem.
A tese de Alckmin é de que empresas que dão prejuízo ou consomem recursos sem dar retorno à sociedade não têm razão de existir.
Em documento do PSDB divulgado nesta terça-feira, 28, a redução do Estado e a adesão a privatizações são duas condições consideradas essenciais para o País. Jaqueta.
A aliados, Alckmin tem usado o mesmo discurso e afirmado que está mais maduro e que aprendeu com os erros de 2006, quando na tentativa de evitar a reeleição do então presidente Lula, chegou a vestir uma jaqueta com os slogans de algumas das principais empresas federais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e Petrobrás, para indicar que não iria privatizá-las caso eleito.
Naquela campanha, Lula e o PT afirmaram que a vitória do tucano representaria a venda de todas as empresas citadas. Na tentativa de se mostrar mais solto, tem feito até piada com o uso da jaqueta. “Privatização não é mais palavrão, não. Acho que amadureci mais, estou mais preparado, mas sem usar jaqueta”, disse o tucano em evento na capital paulista nesta segunda-feira, 27.
Até se desincompatibilizar do cargo para disputar a eleição, em abril do ano que vem, Alckmin promete fazer a lição de casa: privatizar a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), após mais de dez anos de debates a respeito. “O que for tarefa do Estado continua”, disse. “Sou favorável a diminuir o tamanho do Estado.
Temos cerca de 150 estatais, não faz sentido. Agora, para isso, precisamos de bom marco regulatório e agências de fiscalização despolitizadas. Privatização bem-feita é uma coisa boa, mas deve ser analisada caso a caso.” PT. Em nota, a assessoria do PT defendeu a criação da EBC. “A EBC é produto de um projeto aprovado pelo Congresso Nacional com base no capítulo da Constituição que prevê a criação de um sistema de comunicação público, a exemplo da TV Cultura do Estado de São Paulo.
” O ex-presidente do PT Rui Falcão criticou a proposta de privatizar as estatais. “Somos contra essa política de privatização. Começa-se falando que vai se privatizar a EBC e acaba na Petrobrás, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal.”
“A construção da Hemobrás foi estrategicamente muito bem feita. Porém, apesar do enorme investimento na obra, não foi dado prosseguimento necessário para se concluir o mecanismo para que ela servisse à população”, disparou.
De acordo com Dias, Pernambuco ainda precisa trazer da França os produtos elaborados lá.
“Me dá até vergonha de saber disso e dizer que a fábrica de hemoderivados fica aqui no Estado”, afirmou.“A novela da Hemobrás é maior que as novelas da Globo. A novela das coisas do Brasil, que servem ao Brasil e são feitas para o brasileiro, é maior que essas novelas da TV”, comparou.
O parlamentar destacou ainda que, assim como ocorreu em relação às cheias que atingiram o Estado, o debate sobre a situação da fábrica de hemoderivados não é um “assunto de governo ou de oposição, mas um assunto do povo de Pernambuco”.
E lembrou que, no primeiro ano da atual Legislatura, solicitou a realização de audiências públicas para debater a questão.
“Precisamos continuar falando disso hoje, amanhã e depois de amanhã. Temos que reunir todos os entes interessados, como o secretário estadual de Saúde (Iran Costa), o presidente da Hemobrás (Oswaldo Castilho) e até secretários de saúde de outros estados para seguir debatendo esta situação.
Temos de levar esse assunto até o fim para que a fábrica funcione como deveria”, finalizou. A Hemobrás foi criada em 2004, e sua construção iniciada seis anos depois, em 2010. A conclusão estava prevista para 2014, mas até hoje não foi totalmente encerrada. Atualmente, mais de R$ 1 bilhão já foi gasto no equipamento e na transferência de tecnologia.
Ao todo, mais de 70% da estrutura física está concluída e a fábrica conta com uma câmera fria que recebe o plasma.
Além disso, o equipamento possui um centro de armazenamento de medicamentos em Jaboatão dos Guararapes, que distribui para os hospitais do SUS os hemoderivados recebidos da França.